Substitua o medo de desconhecido por curiosidade.
Simplicidade é a forma suprema de sofisticação.
Apenas as pessoas entediante ficam entediadas.
Uma pessoa que é gentil com você, mas não com o garçom não é uma boa pessoa.
Fazer o que se gosta é liberdade. Gostar do que se faz é felicidade.
Às vezes eu finjo ser normal; mas logo fica chato e então volto a ser eu mesma.
Pessoas apaixonadas são pessoas apaixonantes.
Nada grandioso foi nem será alcançado ou construído sem paixão.
Ame quando você estiver pronto, não porque está sozinho.
As melhores coisas da vida não são boas coisas.
Diga mais sim do que não.
Ler é sexy.
Arte é o melhor jeito de fizer foda-se para realidade.
Ocupe-se com a vida.
Inspiração existe, mas ela tem que encontrar você trabalhando.
Toda coquista começa com uma decisão de tentar.
Nós temos um plano estratégico. Ele se chama "fazer as coisas".
Passe sua vida perto daqueles que te fazem feliz e não daqueles que você precisa impressionar.
Talento é sorte. A única coisa que importa é coragem.
Seja bom. E caso não consiga ser bom seja cuidadoso.
VAI LÁ E FAZ.
Uma gaveta virtual daquilo que acho interessante! Coisas que provavelmente gostaria de ler mais uma vez no futuro.
domingo, 27 de maio de 2012
sábado, 5 de maio de 2012
Gramática
Era a terceira vez que aquele substantivo e aquele artigo se
encontravam no elevador. Um substantivo masculino, com um aspecto plural, com
alguns anos bem vividos pelas preposições da vida. E o artigo era bem definido,
feminino singular: era ainda novinha, mas com um maravilhoso predicado nominal.
Era ingênua, silábica, um pouco átona, até ao contrário dele: um sujeito
oculto, com todos os vícios de linguagem, fanáticos por leituras e filmes
ortográficos. O substantivo gostou dessa situação: os dois sozinhos, num lugar
sem ninguém ver e ouvir. E sem perder essa oportunidade, começou a se insinuar,
a perguntar, a conversar. O artigo feminino deixou as reticências de lado, e
permitiu esse pequeno índice.
De repente, o elevador pára, só com os dois lá dentro: ótimo,
pensou o substantivo, mais um bom motivo para provocar alguns sinônimos. Pouco
tempo depois, já estavam bem entre parênteses, quando o elevador recomeça a se
movimentar: só que em vez de descer, sobe e pára justamente no andar do
substantivo. Ele usou de toda a sua flexão verbal, e entrou com ela em seu
aposto. Ligou o fonema, e ficaram alguns instantes em silêncio, ouvindo uma
fonética clássica, bem suave e gostosa. Prepararam uma sintaxe dupla para ele e
um hiato com gelo para ela. Ficaram conversando, sentados num vocativo quando
ele começou outra vez a se insinuar. Ela foi deixando, ele foi usando seu forte
adjunto adverbial, e rapidamente chegaram a um imperativo, todos os vocábulos
diziam que iriam terminar num transitivo direto. Começaram a se aproximar, ela
tremendo de vocabulário, e ele sentindo seu ditongo crescente: se abraçaram,
numa pontuação tão minúscula, que nem um período simples passaria entre os
dois. Estavam nessa ênclise quando ela confessou que ainda era vírgula ele não
perdeu o ritmo e sugeriu uma ou outra soletrada em seu apóstrofo. É claro que
ela se deixou levar por essas palavras, estava totalmente oxítona às vontades
dele, e foram para o comum de dois gêneros. Ela totalmente voz passiva, ele voz
ativa. Entre beijos, carícias, parônimos e substantivos, ele foi avançando cada
vez mais: ficaram uns minutos nessa próclise, e ele, com todo o seu predicativo
do objeto, ia tomando conta.
Estavam na posição de primeira e segunda pessoas do singular, ela
era um perfeito agente da passiva, ele todo paroxítono, sentindo o pronome do
seu grande travessão forçando aquele hífen ainda singular. Nisso a porta abriu
repentinamente. Era o verbo auxiliar do edifício. Ele tinha percebido tudo, e
entrou dando conjunções e adjetivos nos dois, que se encolheram
gramaticalmente, cheios de preposições,
locuções e exclamativas. Mas ao ver aquele corpo jovem, numa acentuação tônica,
ou melhor, subtônica, o verbo auxiliar diminuiu seus advérbios e declarou o seu
particípio na história. Os dois se olharam, e viram que isso era melhor do que
uma metáfora por todo o edifício. O verbo auxiliar se entusiasmou, e mostrou o
seu adjunto adnominal Que loucura, minha gente. Aquilo não era nem comparativo:
era um superlativo absoluto. Foi se aproximando dos dois, com aquela coisa
maiúscula, com aquele predicativo do sujeito apontado para seus objetos. Foi
chegando cada vez mais perto, comparando o ditongo do substantivo ao seu
tritongo, propondo claramente uma mesóclise-a-trois. Só que as condições eram
estas: enquanto abusava de um ditongo nasal, penetraria ao gerúndio do
substantivo, e culminaria com um complemento verbal no artigo feminino. O
substantivo, vendo que poderia se transformar num artigo indefinido depois
dessa, pensando em seu infinitivo, resolveu colocar um ponto final na história:
agarrou o verbo auxiliar pelo seu conectivo, jogou-o pela janela e voltou ao
seu trema, cada vez mais fiel à língua portuguesa, com o artigo feminino
colocado em conjunção coordenativa conclusiva”.
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