quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Em Jato

"Não pense que a cabeça aguenta se você parar."

Tenho pensado em ter filho ou filhos mais frequentemente e por mais motivos. E pelo gancho que atravessou meu peito neste exato instante, acho que acabei de descobrir exatamente o porquê.
Enxergar o espaço em si para aplicar o que se aprendeu na vida até então, sendo mulher e aos 28 anos, no plano concreto tem uma solução óbvia: produzir um filho. Rs... agora soa engraçado... Quase como ir ao mercado providenciar um recipiente novo para colocar a bagagem, organizar as quinquilharias, transformar ingredientes em um produto. Reciclar. (coitada da criança!)
Mas não é isso. Encontrar o espaço dentro de si para poder reverberar é finalmente tocar com a ponta dos dedos a linha que separa a filha da mulher.
Deus do céu... 28 anos para conseguir acreditar com todas as forças no que minhas entranhas me dizem. É lindo na verdade. Precisei pensar que se eu tivesse um filho no mundo a quem eu amasse com toda minha capacidade eu não iria deixar de avisar a ele ou a ela isto: se você não estiver envolvido com corpo/mente/alma em qualquer coisa que seja você fica perdido; se envolva a fundo, não importa muito com o quê. Por que de todo o coração eu acho que saber disso facilita a vida. Para poder me dar conta de que o recado é pra mim.
Não que eu não tenha seguido meus instintos antes ou pensado por mim mesma. Mas essa experiência é diferente. Antes era como se tateasse no escuro, com medo de pôr a mão onde não devia e me queimar. Agora é como se eu tivesse me colocado no colo, ouvido meus pesares, ponderado, passado a mão nos meu cabelos, me aninhado no peito e de uma forma aconchegante dissesse confiante: "sabe, quando a gente está numa situação assim...".
Maternagem interna. Bem vinda, fique à vontade!

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